Papo de Macho: homens discutirão combate à violência contra a mulher
Cascavel deu um passo significativo no combate à violência contra a mulher na manhã desta terça-feira (27), com o lançamento do projeto “Papo de Macho: Homem de verdade respeita”. A iniciativa é da primeira-dama Fabiola Paranhos e dos promotores de Justiça Alex Fadel e Guilherme Rezende. O lançamento, que marca o Agosto Lilás, reúne diversas entidades, empresas, cooperativas, OAB, Ministério Público e Poder Judiciário com o objetivo de levar os homens a uma reflexão profunda sobre seu papel no enfrentamento à violência doméstica.
Fabiola Paranhos, presidente da Associação Nacional das Primeiras-Damas, destacou a importância do projeto, que aborda diretamente o público masculino. “Normalmente, nossas campanhas são direcionadas por mulheres, mas agora queremos que os homens falem para outros homens. Muitos cometem violência sem perceber, por ser algo aprendido culturalmente”, afirmou Fabiola. Ela ressaltou que o projeto não se limitará ao mês de agosto, mas seguirá um cronograma anual de visitas a empresas e outros locais.
Alex Fadel, promotor de Justiça, sublinhou a necessidade de os homens compreenderem plenamente o que constitui um ato de violência contra a mulher, indo além do físico e incluindo palavras e gestos inadequados. “Talvez a curto prazo os homens não entendam direito o que é, mas com o Papo de Macho a tendência é todo mundo perceber, denunciar mais, perceber o que efetivamente é um ato de violência contra a mulher, não somente o físico, mas qualquer tipo de conduta, uma palavra mal falada, um gesto deseducado, tudo isso representa um ato de violência contra a mulher”, explica.
O prefeito Leonaldo Paranhos participou do evento e enfatizou a importância de expandir o programa para incluir reuniões masculinas, visando esclarecer o que significa ser “macho” no contexto de respeito e proteção à família. “Precisamos estender isso, reuniões masculinas, reuniões de homens, para explicarmos o que é ser macho”, afirmou.
Já a juíza Claudia Spinassi, do 2º Juizado de Violência Doméstica, destacou a relevância do projeto diante do grande número de processos relacionados à violência contra a mulher em andamento na Justiça, apontando para a necessidade de educação como forma de prevenção. No Juizado de Violência Doméstica, existem 10,4 mil processos tramitando atualmente. Nas varas comuns, a média é de 2,5 mil casos. “Sozinhos, na Justiça, nós não damos conta, por mais que a gente tenha uma rede grande, junto com a Polícia Militar. Então, por isso, esse projeto é tão importante, porque ele vai educar”, enfatizou a magistrada.
Durante o evento, também foi lançado o selo “Empresa amiga da mulher”, destinado às empresas que contratarem mulheres vítimas de violência doméstica, demonstrando seu compromisso social com a causa. Siro Canabarro, presidente da Acic, reforçou a importância de continuar discutindo o tema da violência contra a mulher. “Não se admite nenhum tipo de violência, e contra a mulher menos ainda. São questões que a gente precisa, todos os dias, trazer à tona”, ressalta.
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