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Casal de Toledo recebe refugiados afegãos através do projeto Eden

Olhos brilhando, tropeçando no novo idioma e cultura, mas abraçados com amor e solidariedade por famílias brasileiras. A primeira família afegã já chegou e outras devem chegar nos próximos meses através da parceria entre o Projeto Eden e a Panahgah, que é responsável em ajudar os refugiados vindos do Afeganistão, um dos projetos é ensinar português para que eles consigam uma nova vida no Brasil.

O casal de empresários e pastores, Osmar Fernandes dos Santos e Analice Fernandes da Cunha são os fundadores do Projeto Eden em Toledo. Eles souberam da necessidade de acolher e auxiliar refugiados através de amigos e logo estavam conectados ao projeto que coordena e apoia iniciativas assim por todo o país.

Foi na casa deles que a primeira família foi abrigada. A primeira família afegã abrigada por Osmar e Analice é composta por um casal e dois filhos pequenos. Alguns dias depois, os quatro já estão na casa que foi alugada e montada para que a família possa recomeçar em solo brasileiro.

Analice e Osmar contam que o acolhimento não tem ligação com a igreja que eles lideram, mas com o amor que sentem pelos refugiados que deixaram tudo para traz para uma vida nova no Brasil. As diferenças culturais e de fé não foram empecilhos para que uma forte amizade pudesse nascer entre brasileiros e afegãos.

Analice se emociona ao contar que não esperava tanta afetividade. Ela e o esposo estavam esperando a família refugiada na rodoviária quando a garotinha afegã a reconheceu e não pensou duas vezes para dar um forte abraço e aceitar todo o carinho da nova amiga brasileira. “Pensei que fosse precisar de um longo tempo, mas eles entenderam perfeitamente que estávamos esperando por eles com muito amor e dispostos a reconstruir junto, conta Analice.

Osmar recentemente teve uma experiência muito diferente. Ele foi o responsável de levar a família ao mercado e ensinar o valor da moeda brasileira, o Real. “Ele entendeu que a conta precisa fechar e que o recurso precisa ser muito bem utilizado. A coisa que ele mais deseja é voltar ao trabalho e conquistar tudo o que perdeu. É muito difícil imaginar que a vida deles era absolutamente normal e que do dia para a noite eles perderam praticamente tudo. Recomeçar é uma questão de dignidade e honra, conclui o pastor.

A recém-criada Coordenadoria de Políticas para Imigrantes e outros Grupos Vulnerabilizados foi fundamental para orientar os voluntários sobre os direitos e políticas públicas e direitos dos imigrantes. A responsável pelo cargo, Laudiceia Correa, atendeu os coordenadores do Projeto Eden e orientou sobre a inserção das famílias nos serviços públicos.

Uma das primeiras visitas da família afegã e dos coordenadores do Projeto Eden foi na sede da Embaixada Solidária em Toledo, que é referência no atendimento de refugiados. Lá, os afegãos puderam conhecer a entidade e o projeto Mundo em Retalhos, que profissionaliza imigrantes e brasileiros e que é patrocinado pela Itaipu Binacional.

PORTUGUÊS

Alguns voluntários já estão ensinando o português para a família afegã. Analice conta que o esforço deles e imenso para dominar o idioma. “Vez ou outra ouvimos algumas palavras em português e comemoramos o sucesso desse ensino solidário e cheio de amor”, descreve a voluntária.

SONHOS

O casal de voluntários não pretende parar com o auxílio para os imigrantes. Eles sonham com a ampliação do projeto e que na próxima etapa possam acolher os refugiados pelo tempo necessário os refugiados na futura sede do Projeto Eden. O próximo passo será a constituição legal da instituição que será fundamental na causa imigrante em toda a Região Oeste.

ESPERANÇA

Enquanto os voluntários do Projeto Eden trabalham para acolher com amor e solidariedade os refugiados, muitas famílias esperam em seus países de origem uma chamada do Brasil para que possam embarcar com suas histórias de superação e com bastante esperança. Desde agosto de 2021, o povo afegão encontra-se em situação de vulnerabilidade e violência grave contra seus direitos mais fundamentais. Muitos deles conseguiram sair do país, mas outros tantos ainda padecem em meio à crueldade instalada.

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Ageiél Machado

Jornalista laureado pela UNIVEL, 2021. Pós-graduando em MBA Marketing Digital.

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